Converse com a criança tentando ouvir o que ela tem a dizer, tente encontrar palavras para definir
a ”sensação estranha” que ela está sentindo.
Como conquistar a própria identidade, numa família composta de indivíduos tão diferentes? Como chamar para si a atenção dos pais? Como ser o mais talentoso, o mais inteligente, em resumo… o mais amado? Essas são as perguntas que os filhos fazem. A vida em família é “um longo rio” que carrega a sua cota de brigas, reivindicações e crises de ciúme. A família vai aumentar. Quando e como dizer isso ao mais velho? Depois dos três primeiros meses, para ter certeza de que a gravidez vai bem, ou nos últimos meses, para não despertar muita impaciência? Não adianta ter a utopia de ver seu filho muito satisfeito com a ideia de ter um irmão, logo no primeiro momento. É importante ajudar a controlar os sentimentos negativos e não esperar que ele não os tenha. Os sentimentos de ciúme são normais e devem ser entendidos e respeitados.
O que fazer para minimizar o ciúme:
– Na Gestação: requisitar a participação da criança; permitir que acompanhe no médico; incentivar caricias na barriga; deixar participar das compras; estimular o convívio com outros adultos; planejar o ingresso na escola (antes do nascimento do bebê); falar quando requisitado sobre a gravidez.
– Durante a internação: permitir que a criança escolha com quem quer ficar; preparar bilhetes ou cartões; esconder pequenos brinquedos.
– No retorno para casa: não entrar com o bebê no colo, deixar o pai trazer; os visitantes podem ser orientados a trazer um doce ao mais velho; os avos, parentes e amigos devem dar mais atenção, levando para passear, brincar e dormir com eles.
Pontos Importantes:
– Participação em tarefas de cuidado com o bebê: colaborar pegando algodão, toalha, mamadeira. Estimula a auto-estima, não sendo imposta.
– Elogios: Fazer comentários que a criança está ajudando; elogiar as proezas que a criança pode realizar e o bebê não.
– Regressão: é comum a criança regredir, mas esta fase é passageira, devendo aos pais não recriminarem os filhos; a criança regride para a fase mais prazerosa que tinha com os pais; seja compreensivo e não a ridicularize.
É fundamental para minimizar e conviver com o ciúme despertado com o nascimento do irmão: amor, compreensão, atenção, paciência e limites. Com o uso desses padrões de conduta, a criança estará mais preparada emocionalmente para conter seus sentimentos negativos.
Fonte:
Maria Julia Ordine – psicóloga