Ausência de regras e limites na educação pode trazer sérios problemas ao relacionamento pais e filhos, além de produzir adolescentes e adultos com falhas em seu desenvolvimento pessoal e social, como a ausência de resistência à frustração e a infelicidade pessoal, o favorecimento do envolvimento com drogas, comportamentos infratores ou, até mesmo, o desenvolvimento de ‘psicopatias’ ou ‘sociopatias’.
É importante agir com firmeza e sem hesitação. Uma criança identifica quando um não pode ser um talvez e, nesse caso, não irá cumprir o estipulado. Pais e professores inseguros em suas decisões geram crianças que testam suas possibilidades de acordo com seus desejos.
As crianças não ficam infelizes com a imposição de regras e limites. Pelo contrário, sentem-se mais seguras sabendo o que podem ou não fazer, e podendo prever o que ocorrerá em caso de descumprimento. Pais que não toleram a frustração momentânea de seus filhos ensinam que deve-se obter tudo o que se deseja a qualquer custo e que qualquer sofrimento é intolerável. Um limite não deve ser quebrado porque a criança teve alguma reação negativa. É natural que ela teste os limites e é função do adulto manter o que foi combinado anteriormente.
Os limites, uma vez colocados, devem ser respeitados. Como fazer isso? Fornecendo as consequências previstas para o seu descumprimento e das quais a criança já deverá ter sido informada anteriormente (não brincar por não ter estudado, ir para o quarto se estiver jogando tudo no chão etc.) Não se deve acenar com uma consequência que não se poderá fazer valer e nem estabelecer limites que não valem a pena ser cumpridos.
É importante dizer que, além de prover consequências restritivas ao descumprimento de limites, consequências positivas devem se seguir ao cumprimento dos limites. A criança deve ser incentivada a cumprir acordos com elogios, atenção e afeto contingentes à adequação de seu comportamento no respeito aos limites. Mais e melhor do que punir o inadequado é reforçar o que é adequado.
Algumas das orientações anteriores podem parecer fáceis e até óbvias, mas o fato é que adultos em geral tem uma grande dificuldade em implementá-las. Alguns tentam uma vez e não se concedem o direito de errar, desistindo em seguida. Mas o estabelecimento e o cumprimento de limites é uma aprendizagem para pais e filhos que vale a pena se permitir. Em caso de necessidade, vale a orientação de sempre: Procure um profissional especializado para ajudá-lo!
Dicas:
- Não volte atrás depois de ter transmitido uma decisão à criança, mesmo diante dos seus apelos. Aos poucos, ela compreenderá o significado do “NÃO!!”, apesar de todos os seus truques para conseguir o contrário.
- É preciso explicar à criança o motivo para suas ordens e solicitações. Portanto, sempre diga razões pelas quais ela não pode fazer determinada coisa. “Porque não” não é reposta!!
Fonte:
Esther, M. – UNIOESTE