Dormindo no quarto dos pais

A criança precisa tomar posse do quarto dela e compreender que essa é uma forma de ter autonomia.

E certo que a maioria das crianças entre 3 e 5 anos pede ou já pediu para os pais para passar a noite no quarto com eles. Medo de ficar sozinha em seu cômodo ou pesadelos durante a madrugada são, geralmente, as principais causas que levam os pequenos a pedir colo e, claro, cama. Nessas horas, é difícil negar abrigo para o filhote. Mas como saber se essa proteção noturna é saudável e se não vai prejudicar o desenvolvimento psicológico da criança? Em que casos é preciso impor limites? Até os 4 meses a presença do bebê no quarto dos pais é compreensível, é uma adaptação da família: pai, mãe e filho. Depois, deverá ir para seu quarto, pois pode criar uma dependência na criança que só se sentirá segura se acompanhada da figura protetora dos pais.

A criança deve se acostumar a não estar o tempo todo na presença de um dos pais para dormir, o que facilita o rompimento de sua dependência emocional, desenvolvendo o conceito de estar segura mesmo longe dos pais. Assim ela se tornará mais confiante.

Orientações
• A criança que sai de sua cama e vai para a do casal, deve ser levada imediatamente de volta.
• Evite luz acesa, recorra a um abajur ou luz fraca.
• Se ele acordar no meio da noite, certifique-se que não está com febre ou outros sintomas, e tranquilize-o.
• Adormecer na cama dos pais e depois ser levado para a própria cama atrapalha a autonomia e a independência. É melhor dizer “Tenho certeza de que você pode dormir sozinho na sua cama! Não se preocupe, estou aqui perto e vou deixar a sua porta aberta”.
• Contar histórias pode trazer tranquilidade. O que os filhos querem é atenção e carinho. O mesmo acontece quando a criança adoece. A assistência deve ser dada em seu próprio quarto para que ela não crie o hábito de dormir com os pais toda vez que ficar doente.
• É preciso explicar a importância de cada um ter seu próprio espaço. Proibir de uma noite para outra que a criança durma com o casal pode ser encarado como rejeição. Ela precisa tomar posse do quarto dela e compreender que essa é uma forma de ter autonomia. No caso dos filhos únicos que acabaram de ganhar um irmãozinho, os pais devem explicar que ele precisa ser mais independente e ajudar a tomar conta do bebê em um quarto comum.
• O ideal é criar uma rotina,  colocar a criança na cama dela, ler histórias, cantar, conversar, ouvir o que tem a contar e fazer-lhe companhia até que pegue no sono. Aos poucos, vale sair do quarto, deixando que durma sozinha. Dessa forma, não se habituará a ter sempre alguém por perto para conseguir dormir.