Um sorriso de metal

Muitas crianças não têm a sorte de, depois da troca dos dentes, ter um lindo sorriso, com os dentes todos alinhados e a mordida perfeita. Na verdade, quase ninguém está livre dos aparelhos dentários. Os números não deixam dúvida. A estimativa da incidência de oclusão normal na população é algo em torno de 3% da população, ou seja, os outros 97% tem alguma necessidade, mesmo que mínima, de realizar algum tipo de correção ortodôntica. Mas

As causas de tantas deformações são bastante variadas. Uns dos fatores que mais influem na má formação da arcada dentária são o uso de chupeta e de mamadeira sem o bico ortodôntico, o hábito vicioso de chupar o dedo, problemas de postura incorreta da língua ao falar e deglutir e ainda respiração bucal. Outra causa bastante apontada por pesquisadores é a miscigenação racial. Os estudos avaliam que existe uma tendência em nossa população para herdar caracteres genéticos incompatíveis. Por exemplo, se um dos progenitores tem uma arcada pequena e o outro tem os dentes maiores do que a média, o resultado será uma incompatibilidade de tamanho de dentes com o espaço disponível na arcada, gerando um apinhamento dentário.

Os ortodontistas recomendam que a criança inicie o tratamento ortodôntico no início do seu surto de crescimento, que ocorre por volta dos 8 anos e meio para meninas e 9 anos para meninos, por ser esta uma idade em que a criança cresce mais rápido e em um curto período de tempo. Com isso, os resultados do tratamento ortodôntico serão maximizados, ou seja, será possível obter melhores resultados em um menor período de tempo. O ideal é que esse trabalho seja iniciado antes da criança fazer a troca completa dos dentes de leite. Ao invés de esperar que os dentes permanentes nasçam tortos e que os ossos cresçam errados, é possível programar a sua erupção na arcada dentária e direcionar os dentes antes mesmo de terem erupcionado.

Os especialistas costumam fazer uma radiografia da mão e do punho direito para avaliar o índice carpal, que é a leitura da idade esquelética em que se encontra o pequeno paciente, antes de começar o tratamento, que dura em média dois anos.

Depois que a boca já está cheia de “ferrinhos”, os pequenos precisam ter um cuidado especial para não se machucarem brincando, jogando futebol ou correndo. Para a prática de esportes e atividades com alto risco de contusão é preciso usar um protetor bocal, feito em borracha, semelhante aos utilizados pelos lutadores de boxe. Esses protetores são feitos sob medida para as crianças e podem evitar muitos acidentes.

É preciso, também, uma atenção especial com a higiene. O aparelho não causa caries, porém, retém mais alimentos. Por isso, a qualidade da escovação precisa ser muito boa.

Orientações
0 a 3 anos
A chupeta e a mamadeira devem ser utilizadas com muito cuidado para não prejudicar a arcada futuramente. É importante seguir as recomendações do pediatra.

3 a 6 anos
Em alguns casos é preciso intervir antes mesmo de iniciar a troca dos dentes. É preciso ficar atento e procurar um ortodontista no primeiro sinal de deformação.

6 a 9 anos
A correção dos dentes é fundamental para a harmonia dos demais ossos da face e do crânio.

Fonte:
Guia do Bebê